17 de abril de 2010

SANTO ISIDORO DE SEVILHA, PADROEIRO DOS HISTORIADORES E DOS INTERNAUTAS


Dia 04 de abril é o dia consagrado pela Igreja Católica à veneração de Santo Isidoro, Arcebispo de Sevilha, padroeiro dos historiadores e dos internautas.

Isidoro nasceu em Cartagena, na Espanha, no ano 560 d.C., tendo falecido em Sevilha, em 636. Irmão de São Leandro, a quem sucedeu como Arcebispo de Sevilha, no ano 600. Presidiu vários Concílios, notadamente os de Sevilha e de Toledo, que contribuíram para organizar a liturgia católica, fixando-lhe as diretrizes.

Isidoro combateu a heresia ariana ao lado de São Leandro, numa época de grandes transformações por que passava o mundo cristão devido à consolidação do domínio das tribos bárbaras sobre o território do que havia sido o Império Romano.

Homem de ação e de pensamento, Isidoro escreveu Etimologias, em 20 volumes, uma síntese de todo o saber antigo até o seu tempo. Obra monumental que é considerada a primeira Enciclopédia, já baseada num sistema de organização de base de dados, como a que estrutura hoje a Internet. Não por outro motivo foi indicado pelo Vaticano, em 1999, padroeiro da rede e de seus usuários.

Padroeiro, também, dos historiadores, por conta de suas obras de levantamento histórico, donde se destacam a História dos Reis Godos, Vândalos e Suevos, fonte para a história da Europa no que concerne ao período das invasões bárbaras; Crônica, uma versão sobre a História Universal; Catálogo de Escritores Eclesiásticos, importante fonte bibliográfica para o estudo da Patrologia; Biografia e a Morte dos Santos, Biografias e Hagiografia. Sua cultura enciclopédica permitiu-lhe produzir também, entre outros, A Natureza das Coisas, versando sobre Astrologia e Cosmografia, verdadeiro panorama da Ciência medieval e Diferenças e Natureza das Palavras, léxico e filológico. Na sua preocupação de fixação da doutrina cristã produziu diversos tratados sobre Moral e comentários sobre o Antigo e o Novo Testamentos.

Era chamado “Doutor Insigne do Nosso Século, Novíssimo Ornamento da Igreja Católica, o Último no tempo, mas não na Doutrina, o Homem mais Sábio dos Últimos Séculos, cujo nome deve ser pronunciado com reverência”. A propósito, Dante Alighieri o coloca no Paraíso, em passagem da Divina Comédia.

Inspirador de canonistas e jurisconsultos, “príncipe dos escritores de toda índole”, foi declarado pelo Papa Bento XII Doutor da Igreja, em 1722. Seu Etimologias teve várias edições, correntes até pelo menos ao século XIX (a mais recente foi a de Faustino Arévalo, publicada em Roma entre 1797 e 1803). Em que pese já estar àquela altura defasada pelo inevitável avanço do conhecimento humano, a acumulação do conhecimento não se dá aos saltos. A herança de Santo Isidoro foi sendo naturalmente aperfeiçoada e acrescida ao longo dos tempos, mas lhe sobrevive há mais de milênio o exemplo de investigador meticuloso, do historiador metódico, do pensador rigoroso, do administrador competente, do pedagogo espiritual incomparável, enfim, da sua assombrosa erudição a serviço de uma causa.